segunda-feira, 19 de julho de 2010

MOMENTOS

Momentos

Ai o fogo na palha
O teu peito no meu
calha
que ondas se levantam!
Que as aves se espantam
e o teu grito no meu cala
a tua boca na minha
o meu peito avezinha
ao levantar das asas
teu sexo em meu, caminha !

ALMA NUA

Nua.
E crua.
A luz da Lua.
Brilha e rebrilha sobre a pele nua.
A bola
rola , rebola.
A menina que não dorme.
A menina do olho que eu já não sou menina.
Brinco
com as palavras.
As palavras são cardos que ferem a pele. Preciso
ferir a pele para sentir o brilho dos teus olhos.
Preciso alargar a ferida, a fenda, penetrar
penetrar-te, penetrar-me. O grito !
O grito mudo. O grito rouco. O sussurro que ouvia dos teus lábios ainda há pouco.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Príncipes e sapos

Príncipes e sapos

Às vezes a chuva bate forte.
Fica a doer no corpo como um laço de corda.
A corda fica bamba.
E bamba , a corda bamba e eu balanço nela e cheira-me à canela.
Como um doce de arroz onde se prende a trela.
Há sempre uma panela na cozinha, que cozinha .
Ao canto da cozinha um sapo que é uma rela.
Ferve panela !
Há sempre um príncipe que nunca entrou nela.
Ferve sapo, vira príncipe.
Arde fogo na panela. Cozinha a rela.
Tira-me a sela ! Solta-me a trela!